Muitas vezes os acontecimentos do dia a dia nos deixam meio cansados e aparentemente fracos e nos perguntamos se estamos de fato no caminho certo, a momentos em que temos medo de enfrentar a nós mesmos e toda a profundidade que esta em nosso interior e quando certas coisas vêem a tona e vemos que é hora de enfrentar, parece que o mundo vai desabar, pois aquilo que “estava em nossa mão”, a partir do momento que Deus quer e nós permitimos o querer Dele, não temos mais o controle que tínhamos antes, nos sentimos meio paralisados e solitários.
Sempre me recordo de um momento da minha vida em que precisei estar só para ver que a minha confiança não pode e não deve ser depositada em homens, tempo de amadurecimento e reencontro, porem até mesmo nesses momentos, Deus coloca alguém em nossa vida para vermos a mão dele agindo sobre nós.
Aceitar o que somos e o que esta em nosso coração, na maioria das vezes é muito difícil e doloroso, mas é neste momento em que necessitamos nos apegar a Deus e sermos sinceros conosco e com Ele, não adianta querer esconder nada Dele, porque Ele sabe de todas as coisas.
Em meio às tribulações internas sempre nos perguntamos qual a vontade de Deus e quais decisões devemos tomar, porem, nem sempre estamos de coração aberto para obedecer.
Podemos perceber que uma coisa esta ligada a outra, senão não teria sentido perguntar a Deus qual a vontade Dele, parece que estamos nascendo novamente, o medo que a criança passa na hora de seu nascimento reaparece e a única saída que temos é confiar.
Quando a Criança nasce, ela esta vulnerável e chorosa, nas mãos do médico, que é o único que pode colocá-la ao mundo.
Se formos analisar a situação do nascimento, acredito que aquele choro da criança ao nascer é um forte clamor chamando pela mãe e quando vê que ela não o pega o choro aumenta e o trauma é grande, mas era preciso acontecer para que viesse ao mundo. O bebe deixa o útero da mãe e precisa se habituar a luz do mundo, a temperatura, as pessoas ao seu redor, as vozes, entre outras coisas e o consolo dele é quando é colocado no colo de sua mãe, que segura aquele pequenino ao redor dos seus braços, com amor, passando toda a segurança pra ele naquele momento, onde sente novamente o bater de seu coração materno, ressoando: “eu te amo, meu filho, não precisa ter mais medo, já passou”.
Esse mesmo carinho é o de Deus por nós, porem com uma intensidade muito maior que o de uma mãe, porque Ele é grandioso, o quantificar e qualificar é impossível. Ele nos ama e nos acolhe.
Quando temos essa certeza, abrir o nosso coração para aquilo que esta por vir é muito mais fácil, porque sabemos que da mesma forma que a mãe jamais deixaria seu filho cair de seus braços, o nosso Pai do céu muito menos e Ele sabe o quando é difícil ouvir a sua voz, obedecê-lo e dar a abertura necessária para que o impossível seja feito em nossa vida, neste momento ele vem como o médico que faz o parto de uma criança e nos trás a vida.
Se nos entregamos a Deus, esse nascer é diário e a dor faz parte, não podemos esquecer que somos a Igreja da Cruz e que sem dor não há vitória.
São Francisco de Assis dizia: “Onde há amor, não há dor”, não porque a dor não existe, mas porque o amor consome qualquer dor.
Que Deus nos abençoe e fortifique e que Nossa Senhora das Graças, nos conceda a graça de confiarmos plenamente em nosso Senhor Jesus Cristo.