O conhecido sacerdote e exorcista espanhol Juan Antonio Fortea, respondeu à afirmação de outro famoso exorcista, o italiano Gabriele Amorth, de 85 anos, quem assinalou há alguns dias que “dentro do Vaticano também existem satânicos”. O Pe. Fortea disse que este tipo de afirmação deve ser provada e que embora entre os cardeais possa haver alguns “mais terrestres”, “daí a afirmar que alguns cardeais são membros de seitas satânicas há um trecho inaceitável”.
Em uma entrevista concedida ao jornal italiano Il Foglio no passado 28 de fevereiro, o Pe. Gabriele Amorth disse que a existência do satanismo no Vaticano é algo que sabe por “pessoas que o conheceram diretamente. E além disso é uma coisa ‘confessada’ em outras ocasiões pelo mesmo demônio, sob obediência, durante os exorcismos”. Deste modo indicou que isto é algo do que o Papa Bento XVI “foi informado. Mas faz o que pode”.
Ante estas afirmações, o Pe. Fortea considera “um dever de justiça dizer algumas coisas em defesa do Colégio Cardinalício e do Vaticano em geral”.
Para o exorcista espanhol, “evidentemente, agora como em todos os tempos, há prelados mais espirituais e outros mais terrestres, uns mais virtuosos e outros mais humanos. Mas daí a afirmar que alguns cardeais são membros de seitas satânicas há um trecho inaceitável”.
Seguidamente relata que “aos que oramos por possessos durante anos de forma cotidiana, nos aproximam inumeráveis pessoas que afirmam ter visões, revelações e mensagens de Nosso Senhor. Certo número deles nos oferecem mensagens apocalípticas e revelações a respeito da infiltração do satanismo e da maçonaria entre a cúpula da Igreja”.
“Não é preciso dizer que a única postura aceitável para nós é suspender juízo ante dons cujo discernimento requer de muito tempo, às vezes meses para cada um dos casos”, adiciona.
“A segunda fonte –prossegue o Pe. Fortea em seu blog– pela que se pode chegar a acreditar que na cúpula da Igreja pulula o Mal em suas piores formas, são as coisas que nos dizem os demônios nos exorcismos. Não é preciso dizer que saber quando um demônio diz ou não a verdade é, em muitos casos, impossível”.
O sacerdote espanhol explica que “podemos saber com muita segurança quando um demônio diz a verdade na matéria diretamente relacionada com o exorcismo. Quer dizer, número de demônios, nome deles e coisas similares. Mas não podemos ter segurança no campo relativo a notícias concretas relativas a pessoas”.
O Pe. Fortea explica logo que “o Padre Amorth não tem outras fontes de conhecimento que as duas que acabo de citar, a suas mesmas palavras remeto para esta afirmação. Mensagens similares através dessas fontes é um pouco sabido por mim assim como por outros muitos colegas há muitos anos. Entre os exorcistas, alguns chegaram a conclusões similares às do padre Amorth. Outros, não”.
“Nosso Colégio Cardinalício se o compararmos com séculos passados é o mais edificante e virtuoso que conheceu a História. Seria necessário retornar à época do Império Romano para encontrar um corpo de eleitores tão afastados de toda pretensão terrestre como o atual. Os cardeais serão melhores ou piores, mas todos têm reta intenção e procuram a glória de Deus”, prossegue.
Finalmente o Pe. Fortea assinala que “as afirmações devem ser provadas, sobre tudo quando se trata de acusações tão graves que afetam a venerabilidade daqueles que formam parte da Cabeça da Igreja enquanto ajudam o Supremo Pastor”.